Soco no estômago - Miss Landmine Angola 2008
Se bem que consiga entender que este concurso possa ser uma forma de sensibilização para o que o manifesto do referido site refere: entre outros, a consciencialização local e global sobre as minas terrestres, um desafio aos complexos de inferioridade e culpa, o questionar o que é um corpo perfeito, a substituição do termo "vítima" pelo de "sobrevivente", ou uma forma de "empowerment" e renovação do orgulho feminino, não pude deixar de sentir esta estratégia como uma agressão - um soco no estômago.
Como prémio, a candidata ganhadora terá uma prótese "norueguesa"!
Não sei se choro!
Não haveria nenhuma outra alternativa para que milhares de "sobreviventes" desse flagelo pudessem ter a oportunidade de "ganhar" uma prótese?
6 comentários:
Vejo como uma azeda ironia. Um soco no estômago, sim. Mas penso que tem que ser assim. Fiquei surpreso mas tendo a dar força para a iniciativa.
Ailton
Reconheço algum mérito na ideia, mas há outras formas, talvez menos visíveis, mas mais eficientes para se chamar a atenção sobre o problema.
A mim cheira-me a promoção individual do "norueguês" e a "caridadezinha".
Obrigada pela sua visita.
Um abraço
1) A Noruega deveria continuar a exportar bacalhau
2) Cada infeliz dos nossos conterraneos devia ter o direito a dignidade sem ter que "merecer" a caridade
3) Nos os pretendidos civilisados continuamos a fabricar e vender minas antipessoal
4)Não sobrarão uns litritos de potroleo off shore para financiar o dever de cada estado digno desse nome: o bem estar das populações civis?
5) As minhas desculpas Ana, mas ele ha coisas...
Carlos
Ora bem, tocaste direitinho na ferida!
Bem vindo...
Beijos
Ana, não resisti e transferi tua questão para o blog da minha coleção de história, pra problematizar a questão com os professores e alunos, veja lá no post de 04/12
www.historiaemprojetos.blogspot.com
abraços
Conceição
Maria Frô
Agradeço tua deferência.
Esta é uma questão difícil de consenso.
Na minha modesta opinião, e seguindo o velho ditado - "Uma andorinha não faz a primavera" - uma mulher com uma prótese não chega para denunciar as milhares de mulheres, homens e crianças que em qualquer parte do mundo se vêem incapacitados por culpa da guerra, que nunca é deles. Eles são mesmo as vítimas, por muito sobreviventes que sejam.
Abraço
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