Água fresca... para ideias com sede...

quinta-feira, novembro 29

Abaixo- assinado contra programa de Jô Soares

Neste post, do passado dia 2, fez-se referência a um programa do Jô Soares.
A Maria Frô deu-nos a conhecer uma petição on-line de repúdio pelo conteúdo da entrevista feita pelo referido apresentador a Rui Morais e Castro.
AQUI encontrará a petição. ASSINE. PARTICIPE. DENUNCIE.

quarta-feira, novembro 28

Soco no estômago - Miss Landmine Angola 2008



Se bem que consiga entender que este concurso possa ser uma forma de sensibilização para o que o manifesto do referido site refere: entre outros, a consciencialização local e global sobre as minas terrestres, um desafio aos complexos de inferioridade e culpa, o questionar o que é um corpo perfeito, a substituição do termo "vítima" pelo de "sobrevivente", ou uma forma de "empowerment" e renovação do orgulho feminino, não pude deixar de sentir esta estratégia como uma agressão - um soco no estômago.

Como prémio, a candidata ganhadora terá uma prótese "norueguesa"!

Não sei se choro!
Não haveria nenhuma outra alternativa para que milhares de "sobreviventes" desse flagelo pudessem ter a oportunidade de "ganhar" uma prótese?

domingo, novembro 25

Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher

Hoje é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. A data foi designada em 1999 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e o Conselho da Europa e serve para debater e da visibilidade às vítimas da violência, quer através de espancamento, violência conjugal, crimes de honra ou casamentos forçados.

Em média, uma mulher em cada três sofre de violência na sua vida, desde espancamentos a relações sexuais impostas ou outras formas de maus-tratos, segundo um relatório do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, divulgado em Outubro do ano passado.

Na Austrália, no Canadá, em Israel, na África do Sul e nos Estados Unidos, entre 40 a 70 por cento das mulheres assassinadas são-no pelo seu marido ou companheiro. Em França, cada três dias, uma mulher é morta pelo seu companheiro, segundo o governo francês.

No Brasil, uma mulher é espancada em cada 15 segundos, ou seja, 2,1 milhões por ano, segundo a organização não governamental Agenda.

Em África, a violência contra as mulheres passa pelas mutilações genitais, sofridas por 130 milhões de raparigas no mundo, segundo a ONU, mas também por um número recorde de mulheres infectadas pelo vírus da sida por não utilização do preservativo. Na Guiné-Bissau, a violência doméstica, sobretudo contra mulheres e crianças, tem sofrido nos últimos anos um "aumento alarmante".

No Sudeste Asiático, crimes de honra e discriminações são o dia a dia de muitas mulheres. No Afeganistão, os suicídios por imolação de jovens adolescentes obrigadas a casamentos forçados estão a aumentar, estima a ONG alemã Medica Mondiale. Os casamentos forçados representam, naquele país, entre 60 a 80 por cento das uniões, segundo a comissão independente de defesa dos direitos humanos afegã.

A UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para as Mulheres, com sede em Nova Iorque, gastou no ano passado cerca de 3,5 milhões de dólares, mais do dobro do ano anterior, para lutar contra a violência contra mulheres.

Na Europa, a luta assume formas diversas. A Espanha distingue-se por ter reagido ao problema com uma legislação "global", que traz respostas em termos de repressão, prevenção, acompanhamento das vítimas e dos autores da violência.

Este país, juntamente com a Suécia, converteu o carácter repetido da violência conjugal em "infracção penal", que leva à aplicação de uma pena suplementar. Em França, o código penal pune "as violências habituais" mas unicamente para os menores de 15 anos ou as pessoas particularmente vulneráveis.

(Fonte: Jornal Público)

Ver também este artigo.

sexta-feira, novembro 23

Morreu Maurice Béjart (1927-2007)

Nascido a 01 de Janeiro de 1927 em Marselha, Maurice Béjart formou-se em Filosofia mas abandonou os estudos para se consagrar, a conselho médico, à dança.
Em Londres e depois em Paris fez a sua formação clássica e assinou a sua primeira coreografia em 1952, para o filme sueco «Pássaro de fogo», de que foi um dos principais intérpretes.
Inconformado com o que descrevia como uma arte - a do bailado - «separada das massas», Maurice Béjart inova com «Symphonie pour un homme seul» (1955), sobre a música de vanguarda de Pierre Henry e Pierre Schaeffer.
A título de curiosidade, Béjart foi expulso de Portugal pela PIDE em 1968 após um espectáculo da sua companhia, no Coliseu dos Recreios, durante o qual se pronunciou contra a ditadura.

Jorge Donn dança Bolero



Béjart encontra os Queen, The show must go on

terça-feira, novembro 20

Os direitos das crianças - 18 anos


A Convenção da ONU sobre os Direitos das Crianças foi aprovada faz hoje 18 anos, mas quase duas décadas depois cerca de 27 mil menores de cinco anos continuam a morrer diariamente por causas evitáveis, segundo a UNICEF.

No dia em que a Convenção celebra 18 anos, a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apela a todos os governos para que coloquem os direitos da criança no topo das suas agendas nacionais, reforçando os sistemas sociais e os enquadramentos legais, e garantindo orçamentos suficientes para esse efeito e à sociedade em geral para que se empenhe a fim de expandir o movimento pelos direitos das crianças mediante a sensibilização continuada para aquilo que ainda está por fazer.

Por outro lado, a mortalidade infantil diminuiu consideravelmente nas duas últimas décadas, uma vez que em 1990 cerca de 13 milhões de crianças morreram antes de completar os cinco anos de idade, enquanto em 2006 esse número baixou para 9,7 milhões, que, embora considerável, é ainda um número inaceitável, sobretudo porque muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas.

Tornando público o seu relatório sobre a situação das crianças no mundo, a UNICEF destaca que todas as crianças deveriam ter o direito à infância, mas que a pobreza, a violência e outros problemas acabam por tirar esse direito a milhões e que a infância é uma das bases para o futuro do mundo e por isso mesmo não pode ser posto de lado.

Um dos problemas apontados no relatório é o tráfico de crianças. Além disso, muitas crianças são forçadas ao trabalho, que vai do trabalho doméstico à prostituição.

Cerca de 27 000 crianças menores de cinco anos continuam a morrer por dia, sobretudo devido a causas evitáveis; a cada 3.6 segundos uma pessoa morre devido à má nutrição – na maior parte dos casos, uma criança menor de cinco anos; a malária mata uma criança no mundo a cada 30 segundos; mais de 15 milhões de crianças perderam a mãe ou ambos os pais devido à SIDA; em 2006 mais de dois milhões de crianças viviam com VIH ou SIDA, mas apenas 15 por cento das que precisavam de tratamento anti-retroviral o receberam.

Segundo dados do relatório:

  • mais de um bilião de crianças sofrem pelo menos um tipo de privação, o que representa cerca da metade das crianças no mundo vivendo na pobreza;
  • milhões vivem em condições sub-humanas, sem saneamento básico, acesso à educação ou a serviços de saúde.
  • milhares de crianças estão vulneráveis à contaminação pelo vírus HIV.
  • mesmo com a redução da subnutrição de crianças, 28% dos menores de cinco anos nos países em desenvolvimento ainda não se alimentam dentro dos parâmetros mínimos da Organização Mundial da Saúde.
O relatório diz que as crianças são as primeiras vítimas dos conflitos armados. Quando não são mortas ou feridas, ficam órfãs, expostas à violência ou vítimas de pressões psicológicas. Em muitos casos, as crianças acabam por perder as suas casas e vivem em precárias condições, expostas a doenças e à violência.

As estatísticas mostram que, em 2003, 15 milhões de crianças e jovens com menos de 18 anos ficaram órfãos por causa da SIDA, enquanto que, dois anos antes, esse número era de 11,5 milhões. Entre os órfãos, segundo o relatório, oito em cada dez vivem na África sub-sahariana, sendo que a estimativa é que, em 2010, mais de 18 milhões de crianças africanas se tornem órfãs por causa da SIDA.

(Fonte: Lusa e BBC)

segunda-feira, novembro 12

Crónica de Domingo - Angola 32 anos de Independência

Para comemorar os bons ventos destes 32 anos de independência de Angola, empenhei-me em mudar o layout do blog de música angolana MuximAngola, passando a usar três colunas. Um layout convencional e com muito para ir mudando.


:)

O que mais destaco é ter aberto um post. O blogue MuximAngola nunca teve "posts"!

Ao longo de 11 meses preocupei-me em ir disponibilizando arquivos de música angolana para todos os que, espalhados por Angola ou pelo mundo, têm Angola e as músicas angolanas no coração.

Creio convictamente que o factor divulgação para o mundo todo da música angolana via mp3 é sumamente positivo e supera quaisquer eventuais prejuízos em termos de legítimos direitos conexos.

Acredito que quem conheça a música angolana, ainda que via mp3, não perca a oportunidade de comprar os discos originais; incentivo ainda para que se comprem os originais no intuito de ajudar os autores e intérpretes angolanos.

Fico-me por aqui nesta Crónica de Domingo, desejando a todos uma excelente semana, e muita música angolana na vibração do coração.


;*
Toke
Luanda-Angola

domingo, novembro 11

Angola - 32 anos... e o futuro?

Hoje celebram-se 32 anos de independência com os olhos postos no futuro.


Foto de Tonspi

Joaquim Chissano ganha prémio Mo Ibrahim


No passado dia 22 de Outubro, Joaquim Chissano, ex-presidente de Moçambique, que governou entre 1986 e 2005, recebeu a primeira edição do prémio Mo Ibrahim.
Lançado pela Fundação Mo Ibrahim, criada pelo empresário africano com o mesmo nome, o Prémio Mo Ibrahim para o Sucesso na Liderança Africana pretende reconhecer líderes africanos que tenham dado provas de excelência na liderança política.

Tendo deixado a política, Chissano continua, no entanto, a lutar e a defender as causas que sempre defendeu: a fome, os direitos humanos, a boa governação, a paz, a cultura e o desenvolvimento, colocando a sua longa experiência política, diplomática e de vida em prol de Moçambique, de África e da humanidade.

segunda-feira, novembro 5

A Última Ceia na net


Há novidades na net.

Ao ler o Público do dia 3 passado, descobri um site interessante: Haltadefinizione.

Trata-se da digitalização do célebre painel de Leonardo da Vinci, "A Última Ceia", uma pintura (não é um fresco) de cerca de 4,60mX8,80m, que se encontra num dos topos do refeitório dos frades do convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão. Vale a pena ir espreitar.

Ao contrário do que li no jornal, de que são necessários 3 meses de espera para se obter um bilhete para se conseguir ver essa obra maior, quando estive em Milão, não tive dificuldade nenhuma. Bastou para tanto ter feio um "city tour", que me assegurou a entrada num dos mais bem resguardados espaços museológicos.
Tanto os níveis de luz como de humidade são constantemente monitorizados por forma a salvaguardar um "quadro" que se vai deteriorando com o tempo, apesar dos vários restauros a que já foi submetido (o último teve lugar em 1999).
Só são admitidos 25 visitantes de 15 em 15 minutos, para uma experiência que reputo das mais fantásticas. A técnica magistral de Leonardo da Vinci permite-nos ver a cena retratada como se de um filme em 3 dimensões se tratasse.

Mas vale a pena ver como, com todo o cuidado de vários dias, a técnica fotográfica conseguiu pôr a nu todos os pequenos pontos de tinta que estão naquela parede.

Enjoy it!

sexta-feira, novembro 2

Racismo em programa de Jô Soares - RedeGlobo

Já me haviam chamado a atenção para determinado vídeo (da Rede Globo), do programa de Jô Soares. Infelizmente na altura não consegui vê-lo.
Hoje, recebi a transcrição do "desempenho" do entrevistador e de um fulano, de nome Ruy Morais e Castro, em que "comentam a vida sexual de parte das mulheres angolanas" (sic).
Completamente estupefacta com as afirmações aí proferidas, senti-me absolutamente insultada pela manifestação de racismo, deboche, e gozação com que estes dois personagens se referem às mulheres do Sul de Angola.
Depois de ter conseguido ver o tal video (só possível através do browser Explorer), fiquei ainda mais enojada com tamanhas barbaridades.
Mas quem é esse Ruy Morais e Castro? Com que direito se atreve a falar as barbaridades que fala? E quem se julga Jô Soares para emitir comentários tão degradantes sem respeito nenhum por culturas tão ancestrais? Já para não falar das risadas hilariantes de uma plateia ignorante, como é costume desse tipo de programas!

Vergonha, senhores!

Aqui e aqui poderão ler mais sobre o assunto.

Em tempo.
O blog em que aparecia a referência a Ruy Morais e Castro foi apagado. É pena!

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