Água fresca... para ideias com sede...

sexta-feira, março 30

AMÍLCAR CABRAL

UANDO TUDO ACONTECEU...

1924, 12 de Setembro: Nasce em Bafatá, Guiné - 1932: Vai para Cabo Verde - 1943: Completa no Mindelo o curso liceal - 1944: Emprega-se na Imprensa Nacional, na Praia - 1945: Com uma bolsa de estudo, ingressa no I. S. Agronomia, em Lisboa - 1950: Termina o curso e trabalha na Estação Agronómica de Santarém - 1952: Regressa a Bissau, contratado para os S. Agrícolas e Florestais da Guiné - 1955: O governador impõe a sua saída da colónia; vai trabalhar para Angola; liga-se ao MPLA - 1956: Criação em Bissau do PAIGC - 1960: O Partido abre uma delegação em Conacri; a China apoia a formação de quadros do PAIGC - 1961: Marrocos abre as portas aos membros do Partido - 1963, 23 de Janeiro: Início da luta armada, ataque ao aquartelamento de Tite, no sul da Guiné; em Julho o PAIGC abre a frente norte - 1970, 1 de Julho: O papa Paulo VI concede audiência a Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Marcelino dos Santos; 22 de Novembro: O governador da Guiné-Bissau decide e Alpoim Calvão chefia a operação de "comando" "Mar Verde" destinada a capturar ou a eliminar os dirigentes do PAIGC sediados em Conacri: fracasso! - 1973, 20 de Janeiro: Amílcar Cabral é assassinado em Conacri.


ILHA

Poema de Amílcar Cabral, Praia, Cabo Verde, 1945

Tu vives — mãe adormecida —
nua e esquecida,
seca,
fustigada pelos ventos,
ao som de músicas sem música
das águas que nos prendem…
Ilha:
teus montes e teus vales
não sentiram passar os tempos
e ficaram no mundo dos teus sonhos
os sonhos dos teus filhos —
a clamar aos ventos que passam,
e às aves que voam, livres,
as tuas ânsias!
Ilha:
colina sem fim de terra vermelha
terra dura —
rochas escarpadas tapando os horizontes,
mas aos quatro ventos prendendo as nossas ânsias!

quinta-feira, março 29

Moringues (20)

Ainda se recorda do cheiro?

quarta-feira, março 28

Publicidade - Outros alvos...

Em 2006, a Dove lançou uma campanha publicitária sob o tema "Corpos reais", em que a foto abaixo foi uma das mais divulgadas.

Não terá sido a primeira vez que uma marca optou por mostrar a mulher como ela é: com gordurinhas a mais, uma celulite à mistura, umas estrias a espreitar... Nessa campanha apareciam mulheres vulgares.

Um dos produtos que a publicidade utiliza mais para vender é o corpo feminino. Mas não um corpo qualquer. Nos corpos ideais que mostra, além de vender o produto, vende também conceitos que as mulheres passam a desejar: um corpo esbelto, elegante, perfeito. De preferência, magro.
O que a Dove fez foi fazer com que a mulher "normal" se sentisse bonita, com vontade de se cuidar, valorizando as suas características físicas, e deixasse de sofrer por não conseguir alcançar o que para a maioria é inatingível. Isto é, serem Mulheres Reais.

Agora, a mesma Dove surge com a campanha Pro-age:

"Velhas demais para estar numa propaganda anti-idade
Mas essa não é anti-idade
É pró-idade
Beleza não tem limite de idade"

A ideia da campanha é explorar a sensualidade da mulher que já não é mais jovem, mas continua a sentir-se atraente e sexy.
Claro que a preocupação da marca não é com a aceitação de um novo padrão de beleza feminina, mas sim vender mais produtos, para um segmento da população que normalmente é deixado de lado - as "gordinhas" e as "mais velhas".
Óptima propaganda para mulheres que começam a sentir-se cansadas com tanta pressão por beleza perfeita. Mas o que é certo é que não passa de mais um chavão acerca do que as mulheres querem ouvir e ver.

terça-feira, março 27

JOMO KENYATTA


Jomo Kenyatta
(Presidente do Quênia)
20-10-1891, Ichaweri
22-8-1978, Mombaça

Após deixar a Inglaterra, onde estudou e fundou, com Kwame Nkrumah, a Federação Pan-Africana, Kenyatta liderou a etnia quicuia. Detido em 1952, foi condenado a sete anos de prisão, acusado de encabeçar a Rebelião Mau-Mau. Libertado em 1959, permaneceu sob prisão domiciliar até 1961. Um dos lutadores mais populares e influentes da independência africana, assumiu, em 1961, a direção do Kenya African National Unity (Kanu). Em 1963, tornou-se primeiro-ministro do recém-independente Quênia e, em 1964, foi nomeado presidente da República com o título honorário de Mzee (velho senhor em suaili). Apesar dos conflitos internos, reuniu os clãs tentando harmonizar as antigas estruturas sociais com a nova realidade social da descolonização. Governou de forma autocrática, com um sistema de partido único. Foi sucedido por Daniel Arap Moi.

segunda-feira, março 26

JULIUS NYERERE

Julius Nyerere

Julius Nyerere é conhecido pelo título honorífico de Mwalimu (professor). Filho de um chefe tribal e professor de profissão, fundou em 1954 o partido de massas Tanganyka African National Union (Tanu), tornando-se primeiro-ministro em 1960 e, depois da independência do país em 1962, seu presidente. Em 1964, uniu Tanganica e Zanzibar, criando assim a denominada República Unida da Tanzânia, e manteve-se no poder, sendo sucessivamente reeleito, durante 20 anos. Imprimiu à estrutura agrícola de seu país um rumo socializante, deslocando as principais atividades econômicas das cidades para o campo e favorecendo a criação de comunidades de aldeias ("socialismo de aldeia"). Depois de alguns conflitos envolvendo questões de fronteiras, forçou a intervenção do Exército tanzaniano em Uganda, entre 1978 e 1979, com o objetivo de expulsar o ditador Idi Amin Dada e de favorecer, assim, a oposição interna, liderada por A. Milton Obote. Em 1985, demitiu-se do cargo, permanecendo até 1990 como presidente do Partido para a Unidade CCM (Partido Revolucionário) e exercendo influência decisiva nas eleições presidenciais de 1995 a favor do candidato Benjamin William Mkepa.

domingo, março 25

Moringues (19)

sábado, março 24

M'bora lá kizombar

Amigo da banda deu-me a ver esta notícia.
Vamos lá m'bora dançar.

sexta-feira, março 23

Moringues (18)

terça-feira, março 20

MARIEN NGOUABI


O Congo obteve a sua independência da França em 15 de agosto de 1960. Seu primeiro presidente foi Fulbert Youlou, forçado a deixar o governo por uma revolta, em 1963. Assume, então, a presidência Alphonse Massamba-Délbat que, em 1964, fundou um partido de índole marxista-leninista adotando uma economia planificada, de base socialista. A seguir, dá início a um "Plano Qüinqüenal" que levou a uma expansão inicial da agricultura e da indústria.
A tensão entre o governo e os militares cresce e, em 1968, o Exército dá um golpe-de-estado, liderado pelo major Marien Ngouabi, que assume o poder. Ele manteve a linha socialista, porém criando o seu próprio partido, o "Partido Congolês dos Trabalhadores" (PCT). Em 1970, o país adota a denominação de República Popular do Congo e consolida seu regime ligado ao marxismo-leninismo. Neste mesmo ano, o Exército esmaga uma tentativa de golpe contra o presidente, liderada pelo ex-tenente pára-quedista Pierre Xitonga, e executa todos os conspiradores, com exceção do ex-ministro da Defesa, Augustin Poignet, que consegue fugir. Aproveitando-se desta situação, dá início a um expurgo geral de todos os suspeitos de serem contrários ao seu governo.
O Partido Congolês do Trabalho (PCT) permanece como sendo o único legal e, em 1977, o presidente foi assassinado, assumindo o poder uma junta militar. Em 1979 passa à presidência o coronel Sassou-Nguesso, que exerce poderes ditatoriais até 1989, quando o colapso comunista do leste europeu o leva a anunciar reformas políticas e a transição para a economia de mercado. O governo mantém uma política internacional de neutralidade, relacionando-se tanto com o capitalismo como com o comunismo.
Em 1990, o PCT abandona o marxismo-leninismo. No ano seguinte, tropas cubanas estacionadas no país desde 1977, deixam o Congo. Em 1992 é votada a nova Constituição, onde está previsto um sistema político multipartidário.

segunda-feira, março 19

FRANCIS NWIA-KOFI NGONLOMA.


Kwame Nkrumah

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Kwame Nkrumah (21 de Setembro, 1909 - 27 de Abril, 1972) nasceu em Nkroful, Gana onde foi o político fundador do Pan-Africanismo. Era então conhecido como Francis Nwia-Kofi Ngonloma.
Estudou em escolas católicas no Gana e posteriormente em universidades Norte Americanas. Em 1945, ajudou a organizar o sexto Congresso Pan-Africano em Manchester, Inglaterra. Depois disso, começou a trabalhar para a descolonização da Africa.
Quando a independência de Gana ocorreu em 1957, Nkrumah foi declarado o 'Osagyefo' (líder vitorioso) e foi empossado como primeiro ministro. Em 1966, o Gana sofreu um golpe de estado militar que foi apoiado pelo Reino Unido, enquanto Nkrumah estava em Hanoi, no Vietnam do Norte.
Nkrumah nunca voltou a Gana, exilou-se na Guiné. Morreu em 1972, foi enterrado na vila onde nasceu, Nkroful.
É autor de vários livros: Africa Must Unite (1963), African Personality (1963), Consciencism (1964), Handbook for Revolutionary Warfare (1968) and Class Struggle in Africa (1970).

MONUMENTO

Monumento de homenagem às vítimas Foto@EPA/Bernardo Rodriguez

Inauguração de um monumento, na estação de Atocha, de homenagem às vítimas dos atentados de 11 de Março de 2004, em Madrid.

domingo, março 18

Iraque - 4 anos

Manifestantes em Londres

Passando os olhos pelos canais de informação de hoje, quase todos dedicam algum do seu espaço ao 4º aniversário da invasão do Iraque, que se assinala na próxima quarta-feira.
Um pouco por todo o planeta se ouviram protestos contra uma guerra que já deixou cerca de 2 milhões de refugiados, fez cerca de 1 milhão de mortos e tem sido a causa de forte desestabilização nos países limítrofes.
Com a violência registada e a falta de perspectivas, há cada vez mais iraquianos que tentam sair em busca de oportunidades fora do Iraque, principalmente profissionais que são essenciais para a reconstrução do país. A informação é do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).

E, hoje, Tóquio, Kuala Lumpur, Madrid, Santiago de Chile, Sidney, Istambul, Atenas, Kopenhagen, Washington, San Francisco, Los Angeles, foram palco para grandes manifestações de protesto contra a política americana e muito particularmente contra o seu presidente, Bush.
Gritando "Não à Guerra", "Não Matem o Iraque", "Acabem com a ocupação", "Abaixo Bush", os manifestantes voltaram mais uma vez a apelar à PAZ.

Para não esquecer!

Moringues (17)

Por vezes, uma boa notícia...

Há já uns dias que não se posta nada neste blog.
Para além da falta de tempo, a disposição também não tem sido das mais famosas.
Hoje, fui ao Google procurar boas notícias. Acabei por entrar num site que pode tornar-se alternativa aos noticiários das nossas estações de TV.
Não vi muito, mas esta notícia agradou-me:

Gauri Nanda, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), anunciou a criação do "Clocky", despertador com cara de gato, que pula da mesinha de cabeceira e se esconde em um canto qualquer do quarto, quando dorminhocos inveterados apertam o botão que pára o alarme. O "Clocky" se locomove através de rodinhas e tem uma proteção de pelúcia que amortece o impacto da queda no chão. Nanda diz que a invenção foi inspirada nos bichanos que, todas as manhãs, davam mordidinhas nos pés para acordá-lo. Ele admite que a engenhoca é meio feia, mas que os futuros donos vão acabar adorando-a.

Ora digam lá se, para quem é preguiçoso, esta não é uma boa notícia? Eheheh

quinta-feira, março 15

Moringues (16)

domingo, março 11

Moringues (15)

sábado, março 10

SEM CRUELDADE

"Beleza sem Crueldade" Foto@EPA/Sergei Ilnitsky

Um elemento da organização protectora dos animais Vita participa numa acção de protesto denominada "Beleza sem Crueldade", em Moscovo. Esta manifestação opõe-se aos testes de cosméticos em animais e apela ao boicote de produtos cujas empresas seguem esta prática.

sexta-feira, março 9

GANA

50 anos da independência do Gana Foto@EPA/Tugela Ridley

Fogos de artifício são lançados à hora em que o Gana conquistou a sua independência há 50 anos, perto do mausoléu de Kwame Krumah, em Accra. Vários líderes africanos festejaram o facto do Gana ter deixado de ser uma colónia britânica.

A violência contra as mulheres



Porque nunca é demais lembrar que as mulheres continuam a não ter garantidos os seus direitos, e porque todos os dias são dias das causas por que devemos lutar, fica aqui o link para a secção portuguesa da Amnistia Internacional onde poderão encontrar alguns documentos e informação sobre as acções que essa organização está a levar a cabo.

quinta-feira, março 8

Dia Internacional da Mulher (4)







Mulher escrava
















Mulher refugiada












Mulher a ser excisada













Mulher violentada

quarta-feira, março 7

Dia Internacional da Mulher (3)

A homenagem de Pablo Neruda às mulheres (8/03/1959):

Mujer
Antes del hombre, la mujer, la madre,
durante el hombre, la mujer, la esposa,
después del hombre, la mujer, la sombra.
Sombra del hombre, claridad del hombre,
trabajadora dura en tus trabajos,
amorosa, estrellada como el cielo
en el ciclo tenaz de la ternura,
mujer valiente de las profesiones,
obrera de las fábricas crueles,
doctora luminosa junto a un niño,
lavandera de las ropas ajenas,
escritora que ciñes
una pequeña pluma como espada,
mujer del muerto que cayó en la mina
sepultado por el carbón sangriento,
solitaria mujer del navejante,
compañera del preso y del soldado,
mujer dulce que riega sus rosales,
mujer sagrada que de la miseria
multiplica su pan con llanto y lucha,

mujer,
título de oro y nombre de la tierra,
flor palpitante de la primavera
y levadura santa de la vida,
ha llegado la hora de la aurora,
la hora de los pétales del pan,
la hora de la luz organizada,
la hora de todas las mujeres juntas
defendiendo la paz, la tierra, el hijo.

Amor,
dolor y lucha se congregan
en vuestros reunidos corazones
y mi palabra es ésta:
la tierra es grande y sufre:
está dando a luz el futuro:
ayudemos al nacimiento
de la igualdad y la alegría.

Dia Internacional da Mulher (2)

Bem-dizendo a Mulher
(Texto adaptado)
...
Benditas as mulheres que persistem na execução de alguns ofícios humanitários no centro mesmo da batalha, no ponto culminante da selvageria. Mulheres que preferem expor seus corpos e se convertem a si mesmas em alvos, santuários e anteparos para a agressão e a violência...

Benditas as mulheres que não têm medo...

Benditas as mulheres desarmadas que têm de seu apenas as lágrimas e o sorriso, e a partir daí conseguem mudar o mundo e nele deixar sua marca...

Benditas as mulheres atentas e afáveis, ... Mestras carinhosas e pacientes,...

... Benditas as mulheres que (se) comunicam e falam. E falando com a boca, deixam falar o coração. E a boca transborda daquilo que o coração está cheio.

Benditas as mulheres cujas mãos ostentam delicadeza e suavidade. Mas ao mesmo tempo força e trabalho. Benditas mãos femininas que acalentam, ninam, trocam fraldas, fazem e dão comida. E ao mesmo tempo escrevem, digitam, apertam botões. Curam, carregam, constroem, plantam.
...
Celebremo-las, pois: (as) que suportaram a dor de ver os companheiros torturados e mortos pela violência. (Aquelas) que salvam os filhos ao preço e risco da própria vida. (Outras) que fazem do luto interminável e da dor sem remédio matéria-prima de luta vital e transformadora para que outros lutos não aconteçam...

Maria Clara Lucchetti Bingemer (teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio)

terça-feira, março 6

Moringues (14)

Moringue andaluz

segunda-feira, março 5

HOMENAGEM

Homenagem aos Queen Foto@EPA/Barbara Gindl

Uma das sequências de um bailado de homenagem à banda Queen, em cena na capital austríaca, Viena. Sempre presentes, Os Queen ficarão na história da música como uma das bandas mais conceituadas do planeta Terra. Freddy Mercury merece um lugar de destaque como um dos músicos mais brilhantes dos últimos tempos.

Dia Internacional da Mulher (1)

Mujer llorando, Pablo Picasso

Comemora-se daqui a três dias, dia 8, o Dia Internacional da Mulher.
Quando, no começo do Séc. XXI, ainda existe a necessidade de se continuar a atribuir um dia específico para recordar a importância que a mulher tem na sociedade e na vida, é sinal que ela continua a ser discriminada, ocupando um lugar subalterno numa sociedade machista e patriarcal. É sinal que ela continua a ser uma vítima.

A subordinação da mulher ao poder masculino, sobretudo no Médio Oriente, no Sul da Ásia, em alguns países africanos, e na América Latina, onde ela é propriedade do homem e qualquer desvio a este padrão - casamentos impostos, forçados - é considerado como crime contra a honra e a desonra é paga com a morte, normalmente por apedrejamento. Mais de 5.000 mulheres por ano morrem por esta causa.

Mais de 150 milhões de mulheres são vítimas de mutilação genital (ver este post), não se vislumbrando que esse número possa deixar de crescer.

Como será a vida das mulheres violadas em cenário de guerra? O que representam as crianças geradas dessa forma? As recentes guerras nos Balcãs são retrato desta situação, o mesmo acontecendo no Médio Oriente.

Tantas vezes aliciadas por uma vida melhor, continuam a ser exploradas, quais escravas modernas, na prestação de serviço doméstico não remunerado, no trabalho forçado... quantas vezes raptadas, levadas à prostituição, no carrossel do tráfico humano.

Vítimas também da violência doméstica. Numa relação de poder sempre desigual, em que as decisões são na maioria das vezes tomadas pelo homem, a mulher é o elo mais fraco. Batidas, psicologicamente violentadas, ainda têm medo e vergonha de se queixar, e a sociedade não cuida para as proteger. Os crimes contra a pessoa não deixam de aumentar.

Apesar de serem maioria no globo, estão entre os mais pobres. Discriminadas no trabalho, em que a maternidade é a primeira razão para a não obtenção de emprego, para a não renovação de contratos, para a não progressão nas suas carreiras. Assiste-se a uma feminização da pobreza, em que a mulher normalmente ganha menos que o homem para tarefa igual, mesmo em países de tradição mais progressista, como é o caso da Suécia.

Mesmo no que diz respeito ao seu poder de decisão, no que concerne à sua vida sexual e reprodutiva, existe um défice. O exemplo português, em que somente agora se procederá à legislação de despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, é flagrante. Mas continuarão a morrer vítimas de aborto clandestino cerca de 80.000 mulheres por ano no mundo.

Este é o retrato negro da condição da mulher. Triste.
Tal como todos os outros dias que existem para lembrar todas as causas que deviam ser uma preocupação quotidiana: o dia da floresta, do livro, da luta contra a homofobia, dos direitos humanos, da criança, da paz, dos refugiados, do ambiente, da água, das vítimas de tortura, do idoso, da erradicação da pobreza, da tolerância...

Em tempo: Veja aqui alguns números assustadores.

Moringues (13)

Moringue da Tunísia

domingo, março 4

POETANDO

DE ONDE EU VENHO
(sobre um poema lindíssimo de Paula Tavares)

De onde eu venho
Não há dunas de areia
Águas soltas no céu
Pingando gengibre e doce mel
Rios, sim.

De onde eu venho
Estremeço paludismos
Fogueiras devoram as noites
Desejos por saciar
Estalam ruidosamente os ossos do tempo

De onde eu venho
Há cabaças de kissangua e hidromel
Virgens parindo ternuras
Sede da terra
Rios velhos, sim.

De onde eu venho
Planam girassóis ao vento
Gestos de vidro e luz de mil cores
Amores alucinados
Carne viva.

De onde eu venho
Há imbondeiros preguiçando ao sol
Sombras voam na floresta
Faúlhas dançam no escuro
Rios primevos, sim.

GED

Los Desaparecidos

Arte fala de ditadura, em Nova Iorque.

Los Desaparecidos, mostra de vários artistas sul-americanos, está aberta ao público até 17 de junho, no Museo del Barrio.
Esta exposição é a resposta destes artistas ao desaparecimento de dezenas de milhares de pessoas que foram raptadas, torturadas, assassinadas na América Latina entre os anos 1950 e 1980, pelos vários governos ditatoriais de direita, no Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Colômbia, Guatemala, Venezuela.
É também o grito da luta contra a amnésia colectiva, para que semelhantes atrocidades não se repitam, e uma forma de pressão ao governo dos Estados Unidos para que deixe de apoiar regimes que assassinam o seu próprio povo.



A fotografia deste post é da instalação de Nicolas Guagnini, cujo título é 30.000, onde o artista mostra o seu pai, um jornalista argentino que desapareceu em 1972, durante a ditadura militar.



Numa altura em que em Portugal se fazem concursos de "O maior português", em que a memória colectiva parece não lembrar o que é viver sob o jugo dos ditadores, talvez fosse importante que algum dos nossos museus se interessasse em fazer recordar os milhares de mortos de 40 anos do Estado-Novo.

sexta-feira, março 2

GOBI

Justiça para os camelos Foto@EPA/Adrian Bradshaw

O festival anual que se realiza a Sul do deserto de Gobi, na Mongólia, reúne milhares de camelos e respectivos criadores. Durante este festival, os camelos esperam que seja feita justiça nos vários concursos de beleza realizados. Justiça para os camelos.

Moringues (12)

Moringue da Nigéria

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