O MEU PAÍS
Este é o nosso país. deixo-vos este meu poema velhinho.
Um abraço GED
O MEU PAÍS
Dentro da minha cabeça
Tenho uma caixa de lápis de cor
Com que pinto os sonhos.
Neste
Dentro da minha cabeça
Tenho uma caixa de lápis de cor
Com que pinto os sonhos.
Neste
Pego no lápis castanho escuro
E pinto duas muanhas altivas
Que passavam perto de mim.
Dou-lhes mais um pequeno toque
Para que se veja o andar
Que só as gentes do sul têm
E que nós tão bem conhecemos
E para podermos ouvir
Os chocalhos amarrados na canela.
Peguei nos verdes, ah os verdes
E tive que usar todos os tons
Para pintar as matas densas
E pinto duas muanhas altivas
Que passavam perto de mim.
Dou-lhes mais um pequeno toque
Para que se veja o andar
Que só as gentes do sul têm
E que nós tão bem conhecemos
E para podermos ouvir
Os chocalhos amarrados na canela.
Peguei nos verdes, ah os verdes
E tive que usar todos os tons
Para pintar as matas densas
Passei levemente por cima
O lápis cinzento
Como esquecer-me dos cacimbos
Que tantas vezes me arrepiaram a pele?
Lá ao longe dois morros de basalto
O lápis cinzento
Como esquecer-me dos cacimbos
Que tantas vezes me arrepiaram a pele?
Lá ao longe dois morros de basalto
Cortam o horizonte da savana
Pinto-os com o lápis preto.
Com o lápis amarelo dourado
Pinto a imensa anhara
Onde tantas vezes me perdi
E me encontrei.
No meu sonho tinha chovido
Uma chuva bravia, poderosa
Desenhando alinhavos no pano da tarde
E cheirava intensamente
Aquele cheiro da terra depois da chuva
Não o pintei, não consegui
Afinal
De que cor se pinta o cio da terra?
Com o lápis vermelho
Pintei o sol enorme de fim de tarde
E vi no mar
Com o lápis amarelo dourado
Pinto a imensa anhara
Onde tantas vezes me perdi
E me encontrei.
No meu sonho tinha chovido
Uma chuva bravia, poderosa
Desenhando alinhavos no pano da tarde
E cheirava intensamente
Aquele cheiro da terra depois da chuva
Não o pintei, não consegui
Afinal
De que cor se pinta o cio da terra?
Com o lápis vermelho
Pintei o sol enorme de fim de tarde
E vi no mar
Aquele imenso rasto de sangue
Por fim, com o lápis azul
Sempre o lápis azul
Coloquei no canto direito
A minha assinatura
Por fim, com o lápis azul
Sempre o lápis azul
Coloquei no canto direito
A minha assinatura
Esperando, ansiando
Que gostem deste sonho.
Não o vendo, apenas o ofereço
Afinal,
Que preço pode ter um país?
Henrique Faria
Setembro de 2003
Não o vendo, apenas o ofereço
Afinal,
Que preço pode ter um país?
Henrique Faria
Setembro de 2003
2 comentários:
Bela fotografia e lindo poema!
Beijoca
Olá Henrique,
A minha mãe nasceu no meio dos muanhas (Hanha do Caviva.
Como tu, também não consigo dar cor "ao cio da terra".
Um beijo
Alice Almeida
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