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sábado, fevereiro 24

Publicidade - há limites para a criatividade?

Hoje, ao ler o jornal, uma chamada de atenção para uma campanha publicitária de Dolce & Gabbana em Espanha, cujo anúncio os estilistas decidiram retirar do mercado, depois da polémica desencadeada pela foto aqui ao lado e de veementes críticas do Instituto de la Mujer.
A campanha manter-se-à, no entanto, nos outros países, tendo os estilistas advertido que o próximo anúncio mostraria uma mulher nua em cima de um homem!
Na sua argumentação, acrescentam: "O que tem a ver uma fotografia artística com o mundo real? Então queimar-se-iam museus como o Louvre e todas as pinturas de Caravaggio!"

Esta não é a primeira vez que a dupla é alvo da crítica em relação às suas campanhas publicitárias, campanhas normalmente com apelos a temas fortes.
Já no ano passado, a associação que regula a publicidade na Inglaterra (Advertising Standards Authority) criticou a marca italiana por causa de uma campanha publicitária que mostrava modelos que ostentavam facas, tendo referenciado mais de 150 reclamações de pessoas preocupadas com o facto de as fotos estilizadas fazerem a apologia da violência.
Um dos dois anúncios apareceu no jornal "The Times" (foto ao lado). O anúncio foi publicado em outubro passado, tendo aparecido numa página em que havia um artigo sobre crimes com facas.
A marca argumentou, na altura, que os anúncios eram bastante estilizados e tinham a intenção de imitar a arte do início do século 19, tendo sido criados para evocar o período napoleónico, enfatizando os efeitos teatrais do género.

Questiono-me frequentemente sobre o tipo de linguagem visual a que as marcas apelam para vender. Se observar os anúncios unicamente sob o ponto de vista da arte, diria que são belíssimas fotografias. No entanto, acho que até podem chocar uma grande parte das pessoas, ferindo susceptibilidades ou provocando rejeição.
Mas dever-se-à impor limites à liberdade de criação? Fica a questão a que não sei responder.

2 comentários:

Terra disse...

Excelente post com uma questão final que várias vezes me coloco a mim própria, apesar de lidar com as linguagens artísticas de perto. de facto a liberdade criativa não pode, a meu ver, ser limitada.
No entanto a arte é apreciada em foruns próprios. Só vai quem quer.
Já a publicidade... é-nos impingida. talvez aí devesse haver mais "cuidado" atendendo aos valores morais (aindahá?)ou ás faixas etárias baixas, por exemplo.

O Toke É Esse disse...

Mana Phwo!
Boa reflaxão...
Estava aqui com vontade de ser irreverente, mas depois de ler o teu leve comentário, centrei-me e recentrei-me. Já nada quero acrescentar, excepto dar sinal que li o teu comentário, ao acutilante post da Ana. Abraço concordante.

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