Dia Internacional da Mulher (2)
(Texto adaptado)
...Benditas as mulheres que persistem na execução de alguns ofícios humanitários no centro mesmo da batalha, no ponto culminante da selvageria. Mulheres que preferem expor seus corpos e se convertem a si mesmas em alvos, santuários e anteparos para a agressão e a violência...
Benditas as mulheres que não têm medo...
Benditas as mulheres desarmadas que têm de seu apenas as lágrimas e o sorriso, e a partir daí conseguem mudar o mundo e nele deixar sua marca...
Benditas as mulheres atentas e afáveis, ... Mestras carinhosas e pacientes,...
... Benditas as mulheres que (se) comunicam e falam. E falando com a boca, deixam falar o coração. E a boca transborda daquilo que o coração está cheio.
Benditas as mulheres cujas mãos ostentam delicadeza e suavidade. Mas ao mesmo tempo força e trabalho. Benditas mãos femininas que acalentam, ninam, trocam fraldas, fazem e dão comida. E ao mesmo tempo escrevem, digitam, apertam botões. Curam, carregam, constroem, plantam.
...
Celebremo-las, pois: (as) que suportaram a dor de ver os companheiros torturados e mortos pela violência. (Aquelas) que salvam os filhos ao preço e risco da própria vida. (Outras) que fazem do luto interminável e da dor sem remédio matéria-prima de luta vital e transformadora para que outros lutos não aconteçam...
Maria Clara Lucchetti Bingemer (teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio)
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