MARCOS
O intelectual progressista, enquanto comunicador de análise crítica, converte-se em objecto e objectivo para o poder dominante. Objecto a comprar e objectivo a destruir. Enormes recursos são mobilizados para as duas coisas. O intelectual progressista "nasce" no meio deste ambiente de sedução persecutória. Alguns resistem e defendem-se (quase sempre sozinhos, a solidariedade entre grupos não parece ser a característica do intelectual progressista), mas outros, talvez fatigados, vasculham a sua bagagem de ideias e escolhem as que são ao mesmo tempo crítica e razão para legitimar o poder. O novo exige muito, o velho está aí, sendo que basta usar o argumento de "inevitável" para que lhe ofereçam uma cómoda poltrona (às vezes em forma de bolsa de estudos, posição, prémio, espaço) por conta do Príncipe antes tão criticado.
Subcomandante Marcos
1 comentário:
Dou-lhe razão no que diz, convictamente. O intelectual progressista habita ideias,idealiza conceitos, exprime palavras. Constrói frases ímpares de encanto que os outros copiam sôfregamente. Vive só de palavras. Desculpe, se não concorda, mas o intelectual progressista ou de qualquer outra ideologia, abraça e transforma a sua vida em parasitarismo. Não faz mais nada senão degladiar-se em palavras e ideias. Transporta consigo, isto tudo para onde quer que vá. E, é muito! É visto como dotado de capacidades dialogantes, conversadoras e, facto é, é verdade. Só que o resto é mais importante e até necessário. A dor falada é poesia. A música entoada é melodia mágica. Tudo sabe, o intelectual progressista, mas as pessoas o que são? Talvez, aprenda com os livros que devora, que a verdadeira existência, compreende-se com a realidade da vida. Eduque-se e tente olhar um pouco para o lado. São pessoas! Amam. sentem. choram. Sofrem!
Vá lá, abandone o conforto em que o seu parasitismo o deixou e faça algo útil. Nem que seja ajudar com a beleza das palavras que correm em si. Mas, mexa-se! Faça-o para bem de nós e de toda a Humanidade!
Com respeito e consideração
Abraço.
pena
Enviar um comentário